Asma: as infecções virais, o cigarro e a natação.

A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, geneticamente determinada, cuja prevalência em crianças e adolescentes brasileiros situa-se entre 19% e 24,3%. A inflamação crônica está associada à hiper-responsividade das vias aéreas, levando a episódios recorrentes de sibilância, falta de ar, sensação de aperto no peito e tosse, em especial, à noite ou no início da manhã.

As exacerbações ocorrem de forma gradual e progressiva, mas podem se instalar de forma abrupta em um subgrupo de pacientes. Estes episódios podem ser desencadeados por infecções virais, exposição à alérgenos, poluição ambiental, exposição ocupacional ou exposição a medicamentos. A maioria das crises em crianças estão associadas a infecções virais. Estudos recentes apontam o rinovírus como o agente mais freqüente. No sentido de prevenir a disseminação viral, a lavagem das mãos e o uso de máscaras simples são estratégias que se mostram eficazes. A prevenção por meio de vacinas mostra-se efetiva no controle das doenças desencadeadas por vírus. No caso dos vírus respiratórios, com exceção da vacina anti-influenza (gripe), não existem outras disponíveis. O uso de vitamina C tem sido avaliado, mas até o momento não há evidência de benefício.

O efeito de poluentes normalmente é colocado em segundo plano, diante de vírus e alérgenos. Entretanto, existem evidências de que a exposição a certas substâncias possa levar a ocorrência de sintomas e aumentar a gravidade das exacerbações. No cigarro encontram-se mais de 4700 substâncias químicas. A exposição à fumaça do cigarro está associada à toxicidade direta nas vias respiratórias, propensão a infecções, resposta insatisfatória ao tratamento com corticóides e declínio da função pulmonar em asmáticos. Fumar na janela ou fora de casa não resolve, pois as partículas aderidas a roupa ou misturadas ao suor são o suficiente para inflamar a mucosa respiratória e trazer prejuízo para paciente.

Existe a crença que a natação pode ser um tratamento eficaz para a asma. Isto é um equivoco. O portador de asma praticante de natação, se não receber o tratamento adequado, poderá apresentar sintomas com maior freqüência por intolerância ao exercício ou microaspiração e/ou inalação de cloro. A atividade física, supervisionada e adequada às necessidades e possibilidades do paciente, pode ser um adjuvante e proporcionar melhor condicionamento aeróbico e, consequentemente, benefícios para o asmático. Para encerrar, não há evidência de superioridade da natação em relação às outras modalidades.

 

Dr. Eduardo Piacentini Filho

CRM-SC 14.359

Pediatra RQE 8831

Área de atuação em Pneumologia Pediátrica RQE 8969

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