Desde a primeira consulta de pediatria a alimentação é uma colocação presente.
Num primeiro momento, as dúvidas são com relação ao aleitamento materno e questionamentos como quantidade, pega e frequência lideram as primeiras perguntas no consultório. Vivenciamos esse aprendizado com uma certa insegurança e muita ansiedade, até verificarmos que tudo está a contento, com o bebê crescendo, ganhando peso etc.
A calmaria parece acabar novamente, quando se inicia uma segunda fase: a da introdução de novos alimentos, tais como as frutas e as papas salgadas. Então, novamente retorna a ansiedade e a resistência.
Dependendo das características individuais de cada criança, a nova etapa é vencida e ficamos até satisfeitos porque tudo que é apresentado à criança como “novo alimento” é aceito com muita facilidade e prazer. Aqui lançamos e solidificamos as bases de uma alimentação de qualidade e saudável.
Mas, por que o avanço da idade tornam as coisas complicadas e aparece a seletividade?
Há várias razões, mas o que não podemos nos esquecer é que a criança vai amadurecendo e aumentando a sua capacidade de observação e interação com a família e com o ambiente.
É assim que chegamos à fase do NÃO! Não come, não dorme são inquietações bem frequentes em nossas consultas.
Devemos levar em conta que nesse processo educativo, que é formar o ser humano, o exemplo é uma arma poderosa. Se temos uma rotina e qualidade de vida, atividade física, os pequenos também. Se experimentamos uma dieta variada, de qualidade, priorizamos coisas e padrões saudáveis, os pequenos também.
Se formos respeitosos, amorosos uns com os outros, eles também.
Com certeza, se nos atentarmos a essas atitudes a fase do “NÃO” será mais curta e o crescer mais suave e visivelmente mais prazeroso!
Dra. Lélia Del Menezzi
Pediatra
CRM/SC 9403 RQE 3937