A primeira dificuldade na amamentação são as rachaduras no peito, precedidas de pequenas fendas ou fissuras que ocasionam muita dor.
Os cuidados indicados para a prevenção de rachaduras são, basicamente, a pega correta e a não utilização de produtos antes ou depois das mamadas. Expor as mamas ao sol por dez a quinze minutos, durante a manhã, até às 10 horas, e, à tarde, após às 16 horas, ajuda a fortalecê-las.
A utilização do próprio leite materno nas regiões afetadas, várias vezes ao dia, auxilia bastante no processo de cicatrização. O uso do produto Lanolina, ultra estratificada ou pura, ajuda na prevenção e na cura das fissuras.
A segunda dificuldade é a quantidade insuficiente de leite por provável procedimento incorreto de amamentação. A “má pega” ocorre quando o bebê coloca somente o mamilo na boca. A solução é colocar toda a parte escura do peito (aréola) na boca do bebê para que ele possa sugar adequadamente, sem necessitar de complementação para a sua dieta. Como consequência, a produção de leite aumentará num prazo de três dias.
A nutriz deve fazer repouso e manter-se tranquila para o sucesso da amamentação. Caso, ainda assim, o bebê não sugue, pode-se utilizar o “reflexo de busca”, ou seja, estimular o lábio inferior do lactente com a ponta do mamilo, para que ele abra a boca e faça a pega completa.
A terceira dificuldade ocorre quando a mãe não esvazia o peito regularmente. Ele empedra, dá calor, inflamação e até abscesso (com febre e calafrios). É o que se chama de “mamas ingurgitadas”. Dessa forma, o bebê não consegue mamar e chora de fome. Deve-se, então, massagear as mamas antes de amamentar ou até sair parte do leite. Com isso, o leite amolece e o bebê consegue fazer a pega correta do mamilo e da aréola e sugar adequadamente.
O peito produz mais leite do que o bebê consome, o que é normal nos primeiros dias. Nesse caso, pode-se esvaziar as mamas com uma bomba manual ou por expressão manual (mais indicada): coloque uma “concha” (normalmente encontrada em farmácias) entre o peito e o sutiã. Ela acondiciona o leite que vaza e depois você pode dá-lo ao bebê. Além disso, você também pode tirar o excesso de leite no Banco de Leite.
A quarta dificuldade é a dor nos mamilos durante a amamentação. O aleitamento materno, normalmente, não deve ser um processo doloroso e desconfortável, e sim prazeroso. Em caso de dor, a principal causa é a má pega. A pressão das mandíbulas do bebê sobre o mamilo pode produzir dor. Ainda, a alteração de cor da pele do mamilo pode indicar que a candidíase, popular “sapinho”, é a causadora da dor.
A dor interfere no reflexo de saída do leite, diminuindo-o, de modo que o bebê, ao mamar, recebe leite em quantidade insuficiente. Por isso, ele fica inquieto e chora de fome. O choro do bebê angustia a mãe, inibindo ainda mais a saída do leite e podendo levar ao desmame.
A quinta dificuldade, que, na experiência do dia a dia, constitui-se a mais comum, é a falta de ingestão de líquidos pela mãe para efetivar a amamentação. A solução é a mãe ingerir água ou chá de capim-limão ou funcho até sentir-se saciada, principalmente antes de amamentar.
Dificuldade na amamentação pode estar relacionada à falta de hidratação da mãe
A mãe não pode sentir sede. Até o bebê nascer, a mãe necessita de líquidos apenas para si. A partir do nascimento, há necessidade de líquidos para ela e para o bebê. Por isso, a sede é o aviso importante de que falta veiculação do leite.
Durante a gravidez, o peito aumenta muito. É como se a matéria sólida do leite estivesse sendo produzida e armazenada. Depois do nascimento, é necessário acrescentar líquido, para a completa efetivação da produção do leite materno.
Dr. Cecim El Achkar
Pediatra | CRM/SC 2239 – RQE 1779