A primeira infância, de zero a seis anos, é o período mais importante para o desenvolvimento motor, mental, emocional, da linguagem e de socialização da criança. É fundamental estimulá-la nessa fase, para que ela tenha uma vida saudável e possa desenvolver-se da melhor forma possível na infância.
As crianças aprendem brincando. E a cada fase da vida, interagem a seu modo e assimilam as novidades a seu tempo, pois cada criança é única e só pode ser comparada com ela mesma. Não existe duas crianças iguais, por isso, cada uma desbrava o mundo no próprio ritmo. Mas, no geral, são capazes de realizar ações semelhantes quando estão na mesma faixa etária, sob a orientação dos pais ou cuidadores. Prepare-se para vê-las crescer e divertirem-se juntos a cada novo ciclo:
De 0 a 2 meses
Este é o período mais importante para a vida da criança e dos pais. É quando mãe e filho iniciam a amamentação, que é o vinculo mais forte entre dois seres, e a saúde física e mental do bebê deve ser otimizada na sua dimensão máxima.
O segundo maior investimento que os pais podem fazer nesse período é criar uma rotina para o recém-nascido desde o primeiro dia de vida, ensinando-o que o dia foi feito para comer, passear e ficar acordado, e a noite foi feita para dormir e crescer. É à noite, enquanto a criança dorme, que o hormônio do crescimento age.
É fundamental que os pais criem a rotina para que o bebê mame de dia, pelo menos de três em três horas no início, deixando-o dormir à noite e oferecendo o peito somente se ele acordar para mamar. Mamando durante o dia e dormindo à noite o bebê cresce e se desenvolve.
Crianças pequenas costumam dormir muitas horas por dia. Os pais podem aproveitar o momento em que o filho está acordado para conversar ou cantar para ele, como já faziam quando ele estava dentro do útero. Olhem-se nos olhos, estabelecendo um canal de comunicação visual para ir despertando no bebê a curiosidade e deixá-lo cada vez mais seguro.
O bebê reconhece e se acalma com a voz da mãe e, aos poucos, estabelece uma comunicação. No início, por meio do choro, pelo franzir da testa ou pelo olhar descobridor que pode sinalizar: um pedido de fome, um aviso de frio ou calor, necessidade de aconchego ou dor. Quando o choro significa que o bebê está com dor a intensidade é maior do que o choro de quando ele está com fome, por exemplo. Ao mesmo tempo, a criança cerra as mãos e encolhe as pernas. Caso o bebê esteja com cólica, o choro só se abranda quando a dor passa.
Nos momentos em que o bebê está tranquilo, é possível iniciar a missão caminhar, deixando-o de bruços um minuto a cada troca de fralda. Depois de duas semanas, permita que a criança fique nesta posição por mais tempo, cerca de dois minutos. Note que, primeiro, ele vai esticar as pernas. O segundo movimento será levantar e segurar a cabeça e, em seguida, virar para os lados. Por isso, coloque-o sobre uma superfície mais firme, sobre a qual consiga virar até 360 graus para os lados sem cair. O melhor local para exercitar o bebê é o chão, sobre um revestimento emborrachado.
De 2 a 4 meses
Quando o bebê já está maiorzinho, pode-se começar a oferecer objetos para ele tocar ou pegar com as mãos, para estimular o tato e ensiná-lo a segurar os próprios brinquedos, por exemplo. A missão caminhar continua, com ele permanecendo cada vez mais tempo de bruços no chão. É bom os pais, ao exercitar o filho, fazer o mesmo, de frente para ele. A criança vai adorar isso! Outra forma de chamar a atenção é colocar brinquedos coloridos para ele pegar. Apenas certifique-se de estão limpos porque irão para a boca, com certeza!
Entre dois e quatro meses, o bebê poderá até responder à mãe ou ao pai com uns “aaaa” ou “grrrr” e já mostrar o sorriso social. Nessa fase, além de descobrir a própria voz, os dois divertimentos do bebê, até ele engatinhar, são: coçar a gengiva inferior quando está com a mão na boca e produzir bolinhas de saliva.
De 4 a 6 meses
Nessa fase a posição de bruços, além de fortalecer o pescoço, também serve para estimular o bebê a rolar. Para isso, use objetos que despertem o interesse dele. Force-o a tentar alcançá-los ou localizar de onde vem o som da sua voz. Assim, você também o ensina a virar a cabeça.
Com 4 a 6 meses os bebês também já são capazes de demonstrar aceitação ou rejeição por algo. Portanto, dê um tempo a ele para se expressar quando oferecer alguma coisa nova, seja comida ou brinquedo.
É nesta idade que eles começam a estranhar pessoas com as quais não estão habituados no dia a dia. É uma fase que deve ser repeita. O bebê não deve ser forçado a ficar com pessoas pelas quais demonstre estranheza. Pelo contrário, os pais precisam ficar por perto e dar tempo ao bebê para se acostumar com o novo amigo.
De 6 a 9 meses
Os pais ansiosos por interação começam a se deleitar nesta idade, pois o bebê já tenta, de alguma forma, requisitar a atenção das pessoas e agradá-las, em busca de aprovação. Aproveite para incentivá-lo a passar o brinquedo de uma mão para a outra. Mas dê algo fácil para ele segurar. Demonstre a ele como fazer, explique, usando palavras que ele possa repetir. Assim, você aproveita o momento para estimular a fala.
Ficar com a criança no colo é delicioso, só que para aprender a rolar, engatinhar para trás, engatinhar para frente, levantar, andar e depois sentar o bebê precisa ficar no chão, em cima de um revestimento emborrachado, seja uma esteira ou um colchonete. Ensine-o pelo exemplo, fazendo os movimentos que o bebê deve imitar.
Quanto mais tempo o bebê ficar no chão, mais cedo ele vai andar e quanto mais cedo ele andar, mais cedo começa a desenvolver as habilidades. Não caia na tentação de deixá-lo no andador. Além de ser a maior causa de acidentes, o andador prejudica a visão espacial do bebê.
De 9 meses a 1 ano
É provável que entre os 9 meses e um ano de idade o bebê já esteja engatinhando por tudo e já se atreva a tentar levantar agarrado nos móveis. O continue estimulando, deixando-o no chão. Quando ele começar a andar agarrado no sofá, segure-o pelas duas mãos e saia caminhando com ele por aí, respeitando o ritmo da criança.
Nesta idade ele já bate palmas, faz o aceno de “tchau” e manda beijo. Para ensiná-lo a pegar objetos pequenos, usando o movimento de pinça, espalhe ao redor dele, quando estiver deitado no chão e a uma distância que ele consiga alcançar, brinquedos menores que não possa engolir ou se ferir. Fique por perto para evitar acidentes.
Propiciar bons momentos de interação e aprendizado não só ajuda o bebê a desenvolver habilidades motoras, como também a afetividade. Fortaleçam os laços em um ambiente seguro. Evite situações que possam causar algum tipo de acidente, como deixar uma toalha que ele possa puxar em uma mesa próxima a ele, colocá-lo para brincar no chão perto de uma tomada ou em local de fácil acesso a escadas. Quanto maior for o cuidado e o vínculo neste começo de vida, mais saudável e feliz será toda a família.