Ditadura infantil: crianças sem limites ou mal-educadas

A nossa geração cresceu respeitando os pais, os professores e os adultos. Fomos orientados, desde muito cedo, sobre nossos limites e os valores a serem respeitados. A geração atual recebe uma educação liberal, caracterizada pela ausência de limites, que está colocando em risco sua própria integridade. Os pais não educam, não dão limites, deixam os filhos escolherem os presentes e fazem concessões o tempo todo. Nesse contexto, a criança fica sem limite, não sabe quando deve parar, torna-se infeliz e insaciável em todos os sentidos, não consegue estar bem no estado natural e, desde muito cedo, precisa de algo para ser feliz.

Logo nos primeiros anos de vida, são presentes e mais presentes, todos os dias. Com ou sem motivo, a criança aprende a pedir e os pais, com o pretexto de não se incomodarem, vão cedendo às vontades dos pequenos. Conforme vão crescendo, a necessidade de estar bem “vai-se modificando”. Induzidos pela família ou pela mídia, começam a fumar ou beber, buscando atitudes para ficar bem. Logo em seguida, aparecem outras formas de felicidade: a maconha, a cocaína e outras substâncias que produzam prazer. O carro e a velocidade dão ainda mais prazer e o final dessa história quase todas as famílias já estão vivenciando. Esses jovens, ou são mortos em acidentes de final de semana, após a grande ingestão de bebidas alcoólicas ou outras substâncias, ou estão doentes, em depressão em estado natural.

Esses jovens tornam-se extremamente agressivos em todos os sentidos. Primeiro, consigo mesmos e, depois, com todos que os cercam: família, amigos, escola. Então, partem para pequenos roubos dentro e fora de casa, para manter o vício. Nesse momento, os pais perguntam “onde eu errei? Eu fiz tudo por meu filho, dei tudo, do bom e do melhor”. Foi exatamente no dar tudo que nós erramos.

A criança, para se sentir amada, precisa ouvir dos pais a palavra “não”, necessita muito do limite, seja para dormir, para comer, para sair ou para ganhar presentes. Precisa aprender que o choro não pode ser uma arma que vai destruí-la mais tarde junto com a família.

Precisamos compreender, ainda, que a forma como nós, pais, vivemos serve de espelho para o comportamento presente e futuro dos nossos filhos. Só poderemos salvar nossos filhos com duas atitudes:

  1. Repensando nosso modo de vida (o que falamos, o que fazemos e como vivemos). Só pensamos em ter e ter, só disputamos as coisas materiais e chegamos, às vezes, a sermos violentos na nossa relação dentro de casa.
  2. Dando limites claros para a criança saber que, na vida, ou você aprende desde muito cedo a ter frustrações e se habilita a superá-las ou vai ter tudo e depois a vida e a sociedade tirarão esse tudo e se livrarão de você.

Hoje, acredito que o maior mal que a sociedade sofre é a total falta de educação dentro da maioria dos lares. Ou mudamos já, ou sofreremos consequências pelas quais jamais iremos nos perdoar.

 

Dr. Cecim El Achkar
Médico Pediatra
CRM/SC 2239 RQE 1779

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